quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Agência eleva nota de crédito soberano do Brasil






A agência de classificação de risco Standard and Poor's elevou nesta quinta-feira em um degrau a nota de crédito soberano do Brasil, argumentando que o governo tem demonstrado seu compromisso de atingir as metas fiscais.


A S&P elevou o rating de longo prazo em moeda estrangeira do País para "BBB", ante "BBB-", segundo nível de "grau de investimento", quando a avaliação é de que o País mostra poucos riscos de calote. A perspectiva do Brasil, ainda segundo a S&P, é estável.


Para o mercado, o movimento era esperado, enquanto que o Ministério da Fazenda ressaltou que ele ocorreu em meio a fortes turbulências internacionais, um sinal da força da situação econômica brasileira.


Ao endurecer a política fiscal para combater a inflação neste ano, o governo alargou "o alcance do uso de ferramentas monetárias para influenciar a economia doméstica", informou a S&P em comunicado.


"Esperamos que o governo persiga políticas fiscal e monetária catelosas que, combinadas com a resiliência econômica do País, devam moderar o impacto de potenciais choques externos e sustentar as perspectivas de crescimento no longo prazo", informou a S&P em comunicado.


A Fitch já havia elevado a nota do Brasil para "BBB" no início de abril, também segundo degrau dentro da classificação de "grau de investimento." A Moody's também fez o mesmo movimento em junho passado ao elevar a nota brasileira de "Baa3" para "Baa2".


A decisão da S&P já era amplamente aguardada por investidores e teve pouco impacto no mercado. "Não é uma surpresa", disse o economista para a América Latina da Brown Brothers Harriman, Win Thin, em Nova York. "No meu modelo, o Brasil tem uma nota de BBB+. Acredito que venham novos upgrades à frente. Elas estão agora apenas reconhecendo a melhor no risco soberano do Brasil, diferentemente do que temos visto no mundo desenvolvido."


Para o economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Rubens Sardenberg, a notícia é importante por ocorrer num momento de crise internacional. "Pode deixar o País mais descolado da crise, menos contaminado", afirmou ele.


O Ministério da Fazenda, por meio de nota, também comemorou a decisão da S&P. "A decisão da S&P de promover a nota brasileira em um momento delicado da economia internacional é um reconhecimento de que a política econômica encontra-se na direção correta e de que são sólidos os fundamentos macroeconômicos do País", trouxe a pasta.

Contramão
A elevação vem na contramão das classificações de risco de alguns países desenvolvidos, que vêm sendo rebaixados. Em agosto, a Standard & Poor's rebaixou o rating soberano dos Estados Unidos devido a um desacordo político que, na época, deixou o país à beira da moratória por ter dificuldades para entrar em acordo para elevar o nível de endividamento do País.



Em julho, a Moody's rebaixou a nota da Espanha em Aa2, com perspectiva negativa. Na época, a agência afirmou que a nota foi menor devido à maior vulnerabilidade financeira do país. Em setembro, foi a vez de a Itália ver sua nota diminuída pela Standard & Poor's. Na época, a agência afirmou que "a frágil coalizão que governa a Itália e as diferenças políticas dentro do Parlamento seguirão limitando a habilidade do governo para responder de forma decisiva aos desafios internos e ao entorno macroeconômico externo".

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